quinta-feira, 26 de maio de 2016


Um vídeo de um policial civil armado com um fuzil invadindo um condomínio circula pelas redes sociais e gerou grande repercussão.  A situação ocorreu na quarta-feira (18), quando o policial Antônio Gabriel Castanheira Junior, tentou entrar no condomínio em que mora com a mulher e com o filho, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba 

Nas imagens, ele chega em uma BMW, para o carro e tenta entrar - segurando um fuzil - falando com os dois porteiros do condomínio. Os porteiros tentam evitar que o policial entre no local e ele quebra os vidros da portaria. 

De acordo com Castanheira, ele agiu desta maneira, pois foi impedido por policiais militares armados – que fazem a segurança do local – de entrar na casa em que está morando. “Só estava armado porque tinha dois seguranças armados e com um cão”, explicou.

Ainda segundo o policial, ele não se arrepende do que fez, já que só agiu contra uma agressão que vem sofrendo desde que passou a morar no local. Sobre uma explosão que aparece no vídeo, ele comenta que usou um explosivo para afastar um cão da raça rottweiler que também era usado para ameaça-lo.

O condomínio é da família do empresário Luís Mussi, dono do canal de TV Mercosul, que é afiliada da Record News em Curitiba. No local, ele mora com a mulher e o pai. Há também outras três residências. Uma delas, de Liliane Mussi, irmã de Luís Mussi.

De acordo com o advogado Claudio Dalledone Jr, que representa o policial, o cliente fez um contrato de comodato (empréstimo) com Liliane Mussi para que Castanheira e a família morassem no local. O policial explicou que é amigo de Liliane e do marido e foi morar na casa após os próprios donos darem a sugestão. “Eu falei que queria sair de Curitiba e eles contaram que tinham uma casa que estava vazia em uma chácara, que seria bom para todos se eu fosse morar lá”, justificou.

O advogado Rodrigo Muniz, que representa a família Mussi, disse que o policial foi avisado várias vezes que a partir do dia 18 de maio, o acesso dele pelo portão principal não seria permitido. Ainda segundo o advogado, a família deu a sugestão para que o policial fizesse um acesso ao lado para entrar diretamente na casa, o que não foi feito.

Muniz ainda explicou que a família pediu para que Castanheira entrasse por um local diferente para evitar constrangimentos, já que se trata de um condomínio familiar. O advogado também disse que Mussi entrou na Justiça com uma medida protetiva contra o policial. Ele classificou a ação como “um abuso extremo”.  

Já a assessoria da Polícia Civil confirmou, por meio de nota, a informação dada pelo advogado de que existe um contrato de comodato entre uma das herdeiras do local e o policial. Ainda segundo a Polícia Civil, a Corregedoria Geral da Polícia Civil apura, de forma rigorosa, o ocorrido.

Conforme a nota da Polícia Civil, o investigador foi afastado de suas funções operacionais até a conclusão do procedimento interno de investigação. Todas as armas, da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), em poder deste policial, foram recolhidas.

A investigação preliminar tem prazo de 30 dias para conclusão, devendo após ser encaminhada para instauração de processo administrativo disciplinar, com previsão de pena de demissão. 



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